Percebendo-se a grande maioria dos acadêmicos, nessa turma, serem contra o sistema de cotas, realizamos a seguinte atividade:
ao determinarmos a função de política compensatória nas ações afirmativas (com o objeto do sistema de cotas nas Universidades Públicas), buscamos conhecer qual seria o dano a ser compensado pela instauração do sistema de cotas em universidades públicas.
Superada a questão racial, posto não haver, hodiernamente, a consideração de 'raças' humanas (negada por vários geneticistas e abominada por humanistas), mormente em um país tão miscigenado quanto o Brasil, o que serviria apenas enquanto engenharia social de desagregamento, discutiu-se sobre a legitimidade da existência de cotas para pessoas de baixa renda (minorias sociais mas maiorias quantitativas).
Conhecidas as políticas de financiamento do ProUni, percebeu-se haver bolsas de estudos dos oriundos de escolas públicas em IES (Instituições de Ensino Superior) Privadas.
Com esses pressupostos, atingidos após discursos dialéticos, percebeu-se que:
para as pessoas de baixa renda, se o estudo é financiado pelo Estado desde a Educação Básica, por que não o seria na Educação Superior?
para os outros, se puderam arcar com os custos de sua Educação Básica, por que não deveriam arcar com a sua Educação Superior? (delibou-se sobre os 'community college')
Assim, especulou-se que, na verdade, deveria haver cotas para os discentes oriundos das escolas privadas, e não o contrário.
A Universidade Pública, por definição, deveria ser apenas mais uma política compensatória aos mais carentes.
Quanto às consequências dessa decisão, bastará perceber que a qualidade de qualquer espécie de ensino, sempre, dependerá dos alunos que exigirão sua própria Educação (claro que, aos inimputáveis, dependerá de seus representantes), e não o contrário.
Afinal, o excesso da falta de responsabilidade em amplas margens das ações humanas chegou a atingir a própria Educação que, se for superior, é, por definição, de responsabilidade exclusiva do educando, cabendo ao educador apenas mostrar os meios de se conhecer a realidade, corrigindo, no limite, eventuais "desvios de rota". Obviamente, estamos no âmbito conceitual, posto a pragmática demonstrar a a. necessidade retórica na atuação docente.
Para o próximo momento, os acadêmicos que forem a favor do atual sistema de cotas deverão argumentar contrariamente e vice-versa, enquanto exercício de capacitação de uma produção discursiva-argumentativa digna, sem esquivas de dialética erística.
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